quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Diariamente a tristeza é minha amiga

Olhares vazios, sorrisos não verdadeiros, piadas sem graça, assuntos banais. Era tudo o que eu tinha a oferecer sem transparecer a minha diária tristeza. Ouvir sem precisar argumentar muito, observar e agir normalmente não como uma pessoa triste age, mas sim uma pessoa sem nada de novo age. Pequenos comentários, respondendo apenas perguntas, tirando pequenas duvidas e assim continuar fingindo que está tudo bem, sim está tudo bem se convença disso, dizia para mim mesma. E então esperar até que tudo volte a ser prazeroso, até que tudo volte a ser bonito e interessante, desafogar das palavras de um livro ou de alguma música provalmente para outros ouvidos deprimente, para mim, um alivio. Esperar que tudo volte a ser como era um dia, que volte a ter sentido e assim ir seguindo. Os momentos sozinha e deitada eram os mais produtivos, com mais pensamentos, depois de tanto ouvir e nada falar se tem muito para pensar. Por tempos uma cama e um bom travesseiro são os melhores amigos no momento, palavras soltas na mente formando de tempos em tempos algumas poucas boas frases ou coisas que façam sentido. “Se liberte, corra sem medo, seu destino está traçado mais a frente você só precisa busca-lo”, buscar aonde? Com quem? Para onde correr se a frente não há nada, apenas, medo. O desejo real de poder correr para um lugar sem fim, sem ninguém, sem nada que pudesse me interromper e esperar, a real vontade de esperar em silêncio o tormento que não sei de onde vem passar... Com calma. Risadas com os amigos, beber alguma coisa que não faça muito efeito afinal de contas, me sinto mal e não uma bêbada sem perspectiva futura. Som alto, e quando conseguir novamente chegar em casa, encontrar uma cama e achar que enfim pode ficar em paz, esse momento acontece. Apesar de nada ter adiantado, pois os dias seguem sendo do mesmo modo que o começo de tudo, então a pergunta retorna e os dias continuam frios, deprimentes, vazios de novas idéias, apenas tudo outra vez.

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